2009/12/17

Cegueira regionalista


O Dr. Carlos Abreu Amorim diz-nos que, quando se fala em regionalizar alguém grita com horror, Alberto João Jardim.

Quem? Só se for as pseudo elites que pululam pela nossa sociedade.

Se garantirem às populações que, com a regionalização, cada região vai ter o seu Alberto João a proposta passa. Mesmo em referendo.

Passa, por uma simples razão que escapa, naturalmente, a tão distinto comentador. As populações estão, em regra, a marimbar-se para a dita asfixia democrática da Madeira. Querem desenvolvimento, obras, em resumo dinheiro. Nisso Alberto João tem sido mestre.

CAA parte do princípio, pelo menos assim dá a entender, que no continente não há “Albertos”. Ora, no país o que não falta são “Albertos”. Em ponto grande, médio, intermédio e pequeno. Só lhes falta terem a sua região.

Agora lutam pelas concelhias, distritais, câmaras municipais, governos civis e outros cargos de nomeação política. Depois passarão a ter o seu pequeno governo e o seu grande tacho.

“Num ambiente descentralizado, em que as várias parcelas do País desfrutassem de um desenvolvimento homogéneo e equitativo, Jardim não imporia a sua retórica de chantagem.”

Se tivéssemos um país com um desenvolvimento homogéneo e equitativo precisávamos da regionalização para quê?

Para ficar igual à Madeira em tudo a quilo que o Dr. CAA critica? Provavelmente.

Nós precisamos de uma verdadeira descentralização administrativa, com clara definição de competências e efectivas transferências de verbas para os municípios.

Acabar de vez com a palhaçada dos acordos entre câmaras e governo para realizar determinadas obras que deveriam ser da competência exclusiva das câmaras, a realizar na forma e no tempo que entendessem. Só assim poderíamos ter elementos para julgar a actuação de um executivo camarário.

Hoje o voto é praticamente uma profissão de fé.

Não acreditam. Leiam os programas apresentados às eleições, vejam quais são as transferências obrigatórias de verbas para os municípios e depois digam-me, do que lá está, o que é possível realizar pelo município de forma autónoma.

Pouco, muito pouco.

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