Qualquer hipótese, ainda que mínima, de discussão sobre um aspecto político morre às mãos da patrulha. Todos os dias somos bombardeados por declarações, artigos de opinião, comentários, noticias e programas televisivos onde uma patrulha de invertebrados pagos pelo regime dão conta da sua (do dono) posição. Estes assalariados do regime abominam qualquer discussão séria.
Apesar disto, pelo menos em relação ao teor das conversas do Sr. PM todos devíamos poder falar. Não precisa de conhecimentos especiais e todos dominamos ou devíamos dominar esse assunto. E porquê?
Todos nós já, pelo menos em determinados momentos da vida, tivemos conversas ao telefone sobre assuntos sensíveis. Pode ter sido uma campanha para uma junta de Freguesia, Câmara Municipal, umas partilhas de bens, um problema familiar, no local de trabalho ou de negócios.
Não me podem pedir que me lembre de todas as conversas que tive ao telefone. Eu não faço a mínima ideia do que disse. Mas não é isso que está em causa. Ninguém minimamente inteligente e com bom senso pode pedir isso ao Sr. PM.
O que podemos pedir é que ele tenha a certeza do que não disse. Isto ele pode e deve saber. Não é uma questão de memória é de carácter, ética e de dignidade já para não dizer de vergonha na cara.
Eu só queria que o Sr. PM disse-se que nunca falou com o Sr. Vara em substituir a secretaria de estado das obras públicas porque esta era um empecilho para tirar o presidente da REFER do cargo, que não arranjou fundos partidários de forma escusa, que não favoreceu economicamente grupos de comunicação social para os tirar do sufoco de dívidas em troca sabe-se lá do quê, que não interferiu no desaparecimento de um telejornal que lhe era incómodo etc. Para isto não é preciso memória. Tudo o que é preciso é carácter e a consciência de uma actuação correcta.
Ao invés disso o Sr. PM, aconselhado provavelmente pela patrulha, já anda com jogos de palavras pensando que com isto o assunto passa para outro domínio. Se passar apenas quer dizer queagora, realmente, batemos no fundo.
Lembro apenas que no caso do Bil e da Mónica nos USA e, como muito bem tem sido analisado nos Estados Unidos, a esmagadora maioria dos americanos não queria saber se o seu Presidente tinha recebido favores sexuais da sua secretária. O que indignou e criou todo aquele alvoroço foi o facto do Bil ter mentido.
Para as questões de carácter não é preciso de ter memória é apenas preciso ter consciência da nossa actuação e atitude perante a vida.
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