2009/08/31

Síntese:

Aqueles que julgam que por apoiarem um candidato ou um projecto diferente da sua afinidade ou militância partidária estão a contribuir para o desenvolvimento do seu concelho estão enganados.

Aqueles que apoiam algum candidato apenas por apoiar laboram no mesmo erro.

A responsabilidade pelo nosso atraso não reside, fundamentalmente, nas lideranças camarárias que tivemos.

A razão principal do nosso atraso reside nas estruturas partidárias do nosso concelho, nomeadamente do PS e PSD.

Não são estruturas políticas. São estruturas de poder. É principalmente em volta destas estruturas que gravitam os interesses pessoais, económicos e os pseudo
empresários da nossa terra.

Antes de se pensar em qualquer candidato para a câmara deveria pensar-se primeiro em ter boas lideranças politicas, depois debater o que se quer para o futuro da figueira ( as linhas mestras) e só depois um projecto para concretizar essas linhas e um candidato para as levar a cabo.

Cada um de nós vota em quem quer e pelas razões que entender. Agora se julgam que é saltando etapas que se chega a bom porto estão enganados.

Hoje caros amigos já só se engana quem quer porque a realidade, por muito tarde que o faça, tem uma virtualidade. Está diante dos nossos olhos.

Os militantes de 1ª linha.

São aqueles que de uma forma ou de outra já exerceram o poder ou tentaram conquista-lo.
A responsabilidade destes em nada se compara com a dos anteriores. Tem uma dupla responsabilidade. Uma responsabilidade para com o concelho e uma responsabilidade para com os militantes que os elegeram ou apoiaram.
Responsabilidade para com o concelho:
Como líderes políticos devem procurar as melhores soluções e estratégias de desenvolvimento do seu concelho.
Responsabilidade para com os militantes:
Devem-lhes o seu apoio quer tenham ganho, ou perdido, internamente as eleições.
Devem-lhes o acreditar. Os militantes que neles votaram esperam que cumpram o que prometeram, no caso de terem ganho, ou que continuem, respeitando os vencedores, a lutar pelos princípios e projectos que apresentaram.
Se em caso de derrota se afastam, não abandonando a militância, para integrar projectos de outros candidatos, não só deixam órfãos todos aqueles que acreditaram no seu projecto como assumem claramente algo mais grave. Assumem que os partidos são incapazes de se renovar internamente. Deixam claro que a única militância que vale a pena é uma militância intermitente. Deixam claro que é impossível construir um projecto sustentável para o concelho e que a única solução é esperar pelas eleições e escolher um candidato que mais ou menos se adeqúe ao que pensam.
Atestam a morte da política mas sem a coragem de assinar a certidão de óbito.

Militantes de 2ª linha

Os militantes de segunda linha são aqueles que, embora mais próximos dos de 3ª linha do que dos da 1ª linha, já ocuparam algum cargo com alguma relevância politica.
E porque é que estão mais próximos da 3ª linha do que da 1ª linha? Porque em regra ocuparam determinado cargo de forma fortuita e não porque o partido lhes reconhecesse algum valor ( e não raras as vezes são pessoas de valor).
O caso mais conhecido é o da instrumentalização de pessoas para concorrer a determinados cargos, nomeadamente a juntas de freguesia, quando os partidos estão na oposição e não tem perspectivas de poder. Nestes casos muitos homens bons são utilizados porque os verdadeiros políticos lá do sitio mostram a sua indisponibilidade que mais não é do que fugir de uma derrota.
PS e PSD tem queimado muitas e boas pessoas porque os usam nas candidaturas em que tem poucas hipóteses de ganhar ( não á mal nenhum nisso, em democracia ganha-se e perde-se) e quando cheira a poder esses mesmos homens e mulheres que deram o seu melhor pelas suas terras e partidos são afastados para dar lugar aqueles que tacticamente ficaram nas sombras.
Estes militantes podem muitas vezes flutuar de um partido para outro. É mais difícil mas pode acontecer. Em regra são os mais maltratados pelos partidos e por isso muitas vezes não à convicção ideológica que resista. Por isso também não me choca que alguns deles nas eleições seguintes concorram por outros partidos. A falta de peso partidário e a forma como são tratados leva a que, muitas vezes, optem por abandonar o seu partido e se juntem a outro que por algum motivo lhes dá as condições de participação política que o seu partido lhes retirou.

Militantes de 3ª linha.

Quando pergunto se na minha freguesia existem muitos militantes do PSD resposta é unânime: Sim, são muitos. A minha resposta é não. Os militantes do PSD são poucos.
Porque? A maioria dos militantes não é verdadeiramente do PSD. São militantes do Presidente da Junta e das pessoas que lhe são próximas. Acreditam neles, na sua capacidade de trabalho, seriedade e honestidade e por isso partilham da sua opção política.
O mesmo se passa com os militantes de 3ª linha do PS. No fundo são pessoas que querem o melhor para a sua freguesia e assumem uma escolha que é encabeçada pelo seu líder político.
Já aconteceu, e acontecerá no futuro, que militantes de um mandato passam para as listas do partido adversário nas eleições seguintes. Qual é o drama. Nenhum. São pessoas que por uma razão ou outra, boa ou má, deixaram de acreditar nas pessoas, nos projectos, ou foram afastados deles. Outros querem poder ou protagonismo e vão à procura de quem lhos dê.
Numa conversa, à umas semanas, disse que determinadas pessoas, de outros partidos, ainda iriam concorrer nas listas do PSD. Ficaram escandalizados, alguns, outros ficaram com aquele olhar de quem julga que o seu interlocutor teria informações privilegiadas. Nada de mais errado. Bastava fazer o raciocínio atrás expendido para que essa possibilidade fosse real. Em alguns casos terá acontecido, noutros, passou-se o contrario.
Mas no fundo o que importa reter é que se trata de pessoas que privilegiam mais as afinidades pessoais, amor pela sua terra ou infelizmente nalguns casos, porque existem, os seus interesses pessoais do que questões ideológicas ou partidárias.

A Trindade (não a santíssima) nos partidos.

Agora que passou a fase de elaboração de listas podemos tecer alguns comentários. Não me refiro a escolhas pessoais. Para mim o mais importante é tentar perceber a dança das “ideologias” e dos “projectos”.
Serão publicados 3 posts referindo-se a militantes de 1ª, 2ª e 3ª linha. Nada nesta qualificação pressupõe um juízo pejorativo ou de menor consideração pelos militantes dos diversos partidos. No final de todos uma síntese.

2009/08/26

Em apenas duas colunas se descreve, bem, 34 anos de democracia


Quer se goste ou não o que se tem vindo a branquear não é o Estado Novo, a ditadura ou a actuação do Dr. Salazar. O que foram e representaram politicamente já esta suficientemente esclarecido.
O que está por esclarecer são os últimos 34 anos de democracia. A cobardia de reconhecer os erros insistindo em culpar os outros dos nossos insucessos serve a quem?
No fundo depois do golpe de estado não tivemos nenhuma revolução. O que tivemos foi um assalto ao poder levado a cabo, regra geral, por ressabiadas figuras de segunda linha que nada mais queriam do que dinheiro e poder. Deixaram-nos por a boca no mel e eles lambuzaram-se todos.

2009/08/24

Nós os estúpidos…..


O Eng. em mais um dos seus momentos de auto glorificação, desta vez na Madeira, fez referência ao projecto de Obama para alargar os cuidados de saúde nos Estados Unidos.
Insinuou que até que, na neoliberal América se querem alargar os cuidados de saúde enquanto no nosso pobre pais a dantesca direita quer impedir os cidadãos de acederem a cuidados de saúde.
Na semana que passou podia ler-se um artigo de Paul Krugman no jornal I que dizia isto:
“Por fim, a terceira via para a cobertura universal conta com as companhias de seguros privadas, servindo-se de uma combinação de regulamentação e de subsídios para garantir cobertura a todos. A Suíça é disso o melhor exemplo: todos são obrigados a subscrever um seguro, as seguradoras não podem discriminar com base no historial clínico ou em doenças pré-existentes e os cidadãos com poucos rendimentos têm apoio financeiro do governo para pagarem as suas apólices.
Nos EUA, a reforma da saúde do estado do Massachusetts segue sensivelmente o modelo suíço; os custos estão a revelar-se maiores que o previsto, mas a reforma reduziu bastante o número dos não segurados. E a forma mais comum de seguro de saúde nos EUA, a cobertura associada ao emprego, tem efectivamente alguns aspectos "suíços": para evitarem pagar impostos sobre os benefícios, os empregadores têm de seguir regras que, de facto, excluem a discriminação baseada no historial clínico e subsidiam os cuidados de saúde dos trabalhadores com baixos salários.
Sendo assim, como se encaixa o "Obamacare" em tudo isto? Basicamente, é um plano para tornar os EUA mais parecidos com a Suíça, com recurso à regulamentação e aos subsídios para garantir a cobertura universal. “


Governa-se o país como se faz Inglês técnico.

2009/08/20

Por muito que o tempo…….


Ler crónicas políticas nas páginas de jornais ou revistas para quê?
Prefiro estas.
É triste verificar que o conteúdo se mantém perfeitamente actual o que mudou foi a capacidade de o denunciar.
Haveria hoje a possibilidade de escrever desta forma. Não.
A nossa crise é mais do que financeira. É uma crise de atitude e de valores.

2009/08/18

A propósito do “discurso” na última Assembleia de câmara.

Os discursos são como uma boa fruta. Têm um tempo próprio. Fora de época valem o que valem.
Neste caso o problema nem chega a ser a fruta é mais a fome.
Com fome qualquer um dá vivas ao vendedor de fruta desde que, obviamente, tenha expectativa que a mesma lhe venha a ser servida. O problema é que quem come a fruta são os mesmos do costume. Eles sabem tratar da sua despensa. Mesmo quando não têm acesso ao pomar tem reservas ( ou conservas !!).
Julgam que o que está em causa é a qualidade do pomar? É a fome meus senhores.
Temo que mais uma vez quem vai comer a fruta, dentro ou fora do pomar, serão os mesmos. A nós vai calhar a indigestão.
Saindo agora do pomar e passando para a caverna. Julgam que estão a sair da caverna! Estão confundidos com a claridade (deve ser da praia), no fundo estão (a voltar) a entrar.

Livros da Época.


Leitura fundamental para quem organizou as listas de candidatos.

Livros da Época.


Manual prático de políticos e candidatos a políticos na Figueira da Foz.

Livros da Época.


Não consegui, ainda, acabar de ler mas, pelo que tenho visto nos últimos tempos, anda por aí muito boa gente que o sabe todo.