2010/03/29

Mudar de pagina mas com separador






No Figueirense

“Lídio Lopes elogiou a participação dos militantes e a forma serena como decorreu o acto eleitoral, considerando que se virou "uma página na vida do PSD da Figueira da Foz". O líder reeleito afirmou que "a partir desta noite há, na Figueira da Foz, uma comissão política com legitimidade para definir o rumo do PSD local, sem reservas de ninguém". Lídio Lopes dirigiu estas palavras "a todos os que optaram por não disputarem eleições".

Uma pequena nota inicial.

Considerar que se virou uma página na vida do PSD Figueira quando não estamos perante uma vitória inicial, um candidato novo e muito menos é o culminar de um processo de debate e discussão interna sobre os resultados eleitorais e actuação das estruturas partidárias nos últimos 4 anos é no mínimo estranho.

Adiante,

A comissão política tem legitimidade para definir o rumo do PSD local? Claro que tem. Já tinha. Então qual é o problema? Quando as comissões políticas são um instrumento de reflexão e actuação partidária, cumpridos os regulamentos, a sua liderança tem, obviamente, legitimidade política.

Ao contrário, quando são um instrumento e um meio para atingir o poder nunca – ou quase nunca - são as eleições que lhe dão legitimidade.

O que lhe dá legitimidade ( entendida não apenas do ponto de vista formal mas como poder para realizar algo) é a capacidade de ter um projecto próprio, que mobilize pessoas e que saia de um período de reflexão e de debate. Já agora que derrote o projecto adversário.
Na prática é mostrar quem manda.

Podemos dizer que a culpa não é de Lidio Lopes uma vez que este apresentou-se a eleições. Talvez não ou, não necessariamente.

Já em Janeiro Lidio Lopes se queixava que não era marcada uma reunião para discutir os resultados eleitorais. Se Lidio Lopes queria uma verdadeira vitória devia ter provocado a discussão. Ao optar por não o fazer demonstrou fraqueza. Lidio Lopes era quem mais precisava desse confronto.

Os restantes já demonstraram que querem o poder mas não necessariamente a concelhia. Esta só serve à falta de mais alguma coisa.

Têm outros objectivos e as costas mais quentes. Acresce a tudo isto o facto de já terem demonstrado que conseguem ganhar votações dentro da concelhia, e contra o seu líder, mesmo sem lá estarem. Para esta linha política estas eleições eram irrelevantes. Para Lidio Lopes eram fundamentais.

Duas conclusões podemos retirar do resultado eleitoral:

Lidio Lopes precisa rapidamente de encarar esta vitória como uma derrota e trabalhar seriamente para ganhar as próximas.

A grande vitoria da noite foi para a hipocrisia politica.

1 comentário:

Anónimo disse...

Parabens meu caro, excelente análise.
MC