2009/12/10

Regionalização


Votei contra a divisão do país em regiões.

Não consigo perceber de onde vêm as vantagens da regionalização para um país tão pequeno. Uma verdadeira descentralização administrativa funcionaria, na minha opinião, muito melhor que a criação de regiões.

Poderíamos até dizer ( não acredito mas enfim), que ter uma verdadeira descentralização administrativa é equivalente a ter a regionalização. Tratar-se-ia assim apenas de uma questão de modelo.

O problema é que vivemos em Portugal. Nunca é um problema de modelo. O problema são as pessoas e as estruturas partidárias.

Uma noticia do Diário as Beiras de hoje, que nada tem a ver com a regionalização, demonstra isso mesmo.

“Beatriz Proença já não é directora da Direcção Regional de Educação do Centro (DREC).”

È assim que começa a noticia do Diário as Beiras. Pelos vistos a senhora começou a trabalhar, sem ter sido ainda formalmente empossada no cargo ( formalismos ridículos na opinião das nossas luminárias politicas) e veio a sair ( pelos vistos sem entrar, formalmente) devido a uma questão de incompatibilidades legais.

A própria noticia dá conta que esta é a razão oficial( que em bendita hora alguém se lembrou).
“Como a a nova directora iniciou funções a 2 de Dezembro. Não tomou posse, como parece já estar a tornar-se um hábito, na função pública.”

“A verdadeira é politica. “Para a maioria das fontes contactadas pelo DIÁRIO AS BEIRAS, porém, a incompatibilidade detectada (tardiamente, diga-se) até deu jeito, dada a falta de vontade de aceitar os adjuntos que as estruturas partidárias da região lhe quiseram impor”

“Desde o início, porém, algo parecia não "bater bem". Por um lado, porque todos os demais directores regionais viram já as respectivas nomeações publicadas. Depois, porque Beatriz Proença terá dito às adjuntas, que transitavam da anterior equipa, não saber se continuariam. Sucede que enquanto a continuidade de uma delas – Helena Libório, de Aveiro –, era dada como garantida, por pressão do PS aveirense, já a de Cristina Matos Dias, oriunda de Castelo Branco, era dada como vetada (sobretudo depois de o marido, ex-adjunto da governadora civil de Castelo Branco, ter abandonado o gabinete de Alzira Serrasqueiro). Refira-se, ainda, que a surpresa
pela nomeação de Beatriz Proença nunca assentou nas competências ou no currículo, académico e profissional da antiga delegada regional do Centro da Inspecção Geral de Educação (IGE). Em causa, sobretudo, a novidade de se tratar de alguém oriundo de uma área nada habitual – a inspecção. Ora, terá sido justamente este o ponto que originou a jutificação da alegada incompatibilidade. É que, enquanto delegada da IGE, teve de lidar com diversos dossiês e processos, no mínimo, delicados, que envolvem as escolas e a própria DREC. Mas, de acordo com várias fontes contactadas pelo DIÁRIO AS BEIRAS, a razão de fundo desta insólita situação tem a ver com a mais pura e dura intriga política. No caso, a "guerra" entre o PS de Coimbra e de Viseu, que é recorrente, de cada vez que se trata de nomear algum responsável regional. Ora, neste caso, a alegada nomeação de Beatriz Proença – uma discreta militante na secção dos Olivais – foi bem recebida em Coimbra, nomeadamente, pelo presidente da Federação Distrital do PS. Victor Baptista– que não é secretário de Estado, ao contrário do líder federativo da capital da Beira Alta, José Junqueiro –, via, assim, "cair- -lhe do céu" uma vitória para Coimbra e logo num sector, o da Educação, que Viseu há muito parece querer assumir como "feudo".

“PS/Viseu 1PS/Coimbra 0”
Entretanto, do lado viseense, houve quem trabalhasse à séria,
Foi o caso do candidato a director regional adjunto, Alcídio Faustino, que fez constar, junto da imprensa local, que foi ele a declinar a indigitação. Faustino, recorde-se, já exerceu as funções de coordenador educativo distrital e era governador civil recente, lugar em que não durou mais de uns escassos meses, pois Miguel Ginestal – um dos derrotados das Autárquicas – tinha o cargo garantido... e, obviamente, ocupa-o. Por isso, era voz corrente, entre os socialistas de Viseu, que Junqueiro e seus pares iriam tentar tudo para levá-lo a... director regional. E ontem, entre muitos quadros socialistas ligados ao sector da Educação, circulava mesmo uma graçola, em forma de SMS, com o sugestivo teor de "PS/Viseu 1 – PS/Coimbra 0".


E estamos a falar de nomeações que deveriam ser feitas com base na competência técnica dos visados. Imaginem se não fosse.

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