"...dialéctica viva suscitadora simultaneamente do bem e do mal, do senhor e do servo, um ao outro unidos como corpo à sua sombra." Eduardo Lourenço
2009/10/26
O eterno retorno ou na modalidade caseira, ora agora sou eu e a seguir és tu.
A qualidade política em Portugal anda pelas ruas da amargura. Podemos dizer que não é de agora. Podemos mas isso não altera nada nem dá nenhum conforto.
A falta de qualidade das estruturas políticas têm-se revelado em muitos aspectos mas, o pior talvez tenha sido a incapacidade de pensar.
Isto vem a propósito dos acordos sejam, a nível de governo ou das autarquias.
No caso da Figueira as conversas são para todos os gostos. Os que ganharam tem dificuldade em criar um executivo coerente. Os que perderam querem afinal ganhar.
Dizem muitos políticos e comentadores que se trata de uma questão de representatividade. Pois eu digo que se trata de um chorrilho de tretas.
Se a política em Portugal estivesse ao serviço das populações já a legislação autárquica tinha sido profundamente alterada. O problema é que a dita legislação está ao serviço dos partidos.
Quem ganha as eleições, nem que seja por um voto, tem o direito de formar um executivo próprio. Não pode haver vereadores de outros partidos no executivo.
A actual situação é que distorce o sentido do voto.
A representatividade é ao nível da Assembleia Municipal ou de Freguesia.
No caso do Concelho da Figueira os eleitores foram claros. Queriam que o PS governasse a câmara mas sem maioria.
Assim se estivéssemos num sistema decente o PS elegia todos os vereadores para o executivo e na Assembleia Municipal decidia o que fazer.
O actual sistema político autárquico serve apenas para os partidos, grandes e pequenos, tentarem subverter o resultado das eleições. Porque? Porque em Portugal os partidos não são fonte de ideias e de desenvolvimento mas de poder.
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