2010/04/03

À Luz.


Via Quinto Poder :Um orgão da comunicação social, neste caso uma rádio local privada cá do Concelho (sublinho privada...) não poderá, à luz dos bons princípio de um Estado de direito democrático, convidar quem muito bem entender, segundo os seus próprios critérios jornalisticos, para integrar um painel de comentadores de um programa de debate político? Era o que faltava, que não pudesse. Aparentemente, faltava, mas não falta, a algumas almas mais sensíveis.

Partindo do principio que a atribuição de licenças de rádio não tem nenhum critério que deva ser observado nestas situações a resposta é, obviamente, sim. Podem convidar quem quiserem.

Acho aliás, que este tipo de programas e outros, onde se discuta a vida do concelho são importantes. Não tenho nada contra os senhores que foram convidados. Participam na vida política do concelho e, por isso, espera-se (infelizmente em alguns casos desespera-se) que tenham alguma coisa a dizer que ajude a compreender as decisões e os mecanismos de decisão na nossa autarquia.

À luz dos bons princípios de um Estado de direito democrático! Qual? O nosso, regimes comparados ou os que vêem nos manuais de direito constitucional e ciência politica?

Parto do principio que seja o “nosso”( cada vez menos o meu) regime democrático.

O nosso regime democrático foi, e é, cada vez mais um regime formal que vai sendo preenchido por interesses e conveniências.

Esta decadência acompanha os principais sectores da vida pública a começar pela política. As restantes, por arrasto ou vocação, seguem-lhe o caminho. Em todo o caso a comunicação é fundamental e continua a existir. Pode vir do Jornalismo, ser panfletária, etc.

Hoje, numa sociedade em que tudo é consumo com prazos de validade e de memória muito curtos, aparecer numa televisão, participar num programa de rádio ou escrever num jornal é fundamental para fazer passar a mensagem do interessado. Interessado não quer dizer, necessariamente, interesseiro.

Se juntarmos a tudo isto a decadência da informação, dos órgãos de informação e da própria profissão temos os ingredientes necessários para criar cada vez mais dificuldades de compreensão da realidade aos destinatários e consumidores dessa mesma informação.

Por isso, à luz dos bons princípios do estado de direito democrático convidem quem quiserem para rádios, televisões e jornais. Mas, a luz dos mesmos princípios esclareçam quais são os critérios editoriais, quem são os proprietários dos órgãos de comunicação social, relatório e contas e a lista das receitas de publicidade e respectivos valores que recebem ao longo de cada ano.

Tudo isto a luz dos bons princípios do estado de Direito democrático que não são uma estrada de sentido único, são vias de dois sentidos, por vezes com dificuldade de circulação mas, e talvez pelo facto de, mesmo assim, terem bom piso premirem a condutores mais temerosos e dotados de melhores veículos acharem que estrada é toda deles e que podem ultrapassar pela esquerda e pela direita, estacionar em segunda fila, conduzirem com os máximos ligados para que os outros não veja essa mesma estrada, muitas vezes fazerem percursos lado a lado, com outros dotados das mesmas capacidades e habilidades, impedindo que outros os possam ultrapassar e atirando os que lhe aparecem ( fazem ) pela frente pela estrada fora.

Nota: Faço referência ao post do Quinto Poder porque achei que colocou a questão de um ponto de vista interessante. Este post não é, nem deve ser entendido como um resposta a esse mesmo post.
Volto a referir que nada tenho contra quem foi convidado para o programa nem contra a estação de rádio.
Faço estas advertências para que não fiquem dúvidas que o meu interesse é no assunto e não devido a qualquer questão que tenha com os visados.

1 comentário:

LINDA FIGUEIRA! disse...

Feliz Páscoa, para si e família.