Todos temos tendência para sermos mais tolerantes com aqueles que nos são próximos do que, com outros com os quais nos relacionamos.
Podemos ser duros com um amigo ou familiar mas não gostamos de ouvir de outros aquilo que nós próprios já lhes dissemos.
Há um espaço de crítica que é só nosso. É balizado pela cumplicidade, amor, amizade e que assenta na compreensão de que ninguém é perfeito e na inabalável esperança de irmos evoluindo e nos tornando melhores.
Podemos cerrar fileiras contra um inimigo mesmo sabendo que a razão não está toda do nosso lado.
Mas, em determinado momento, temos de fazer opções. Não podemos estar sempre a desculpar, a compreender e a tolerar comportamentos que não são mais do que uma forma de vida.
Este raciocínio também se aplica às ideologias e as formas de governo.
Até 1974 tínhamos basicamente uma ditadura conservadora, de direita e uma oposição ( a mais significativa) comunista.
A primeira lutava por se manter no poder e a segunda lutava por alcança-lo. Nenhuma acreditava na democracia. Tinha-mos uma ditadura e uma aspirante a ditadura.
Eram outros tempos. O século XX foi um tempo conturbado. Tudo se fez e desfez.
Em pleno século XXI somos chamados a fazer opções. Com uma agravante. Este inicio de século tem semelhanças mais profundas com o inicio do século passado do que aquilo que se julga.
Teimar na ideia de que há ditaduras más e ditaduras boas é um erro. São todas más.
Não há terroristas bons e maus. Torcionários bons e torcionários maus.
Para quem é de direita lembro apenas que o mundo mudou. Já não existem territórios para descobrir e controlar. Estamos em pé de igualdade.
Para a esquerda, e principalmente a esquerda comunista, aconselho a leitura de muito do que foi escrito e dito por aqueles que queriam justificar a existência do estado novo. Ficariam espantados com a semelhança dos vossos discursos.
Sem comentários:
Enviar um comentário