2009/11/12

Good bye lenin ou talvez não seja necessário 1

138 anos passaram………………

As farpas, Maio de 1871

“ O país perdeu a inteligência e a consciência moral. Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada, os caracteres corrompidos. A prática da vida tem por única direcção a conveniência. Não há princípio que não seja desmentido. Não há instituição que não seja escarnecida. Ninguém se respeita. Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos. Ninguém crê a honestidade dos homens públicos. Alguns agiotas felizes exploram. A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade r na inércia. O povo está na miséria. Os serviços públicos estão abandonados a uma rotina dormente. O desprezo pelas ideias aumenta a cada dia. Vivemos todos ao acaso. (…) A mocidade arrasta-se envelhecida das mesas das secretárias para as mesas dos cafés. A ruína económica cresce, cresce, cresce. As quebras sucedem-se. O pequeno comércio definha. A indústria enfraquece. A sorte dos operários é lamentável. O salário diminui. O estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo. (…..)
Não é uma existência, é expiação.
A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências. Diz-se por toda a parte: o país está perdido! Ninguém se ilude. Diz-se nos concelhos de ministros e nas estalagens. E que se faz? Atesta-se, conversando e jogando o volarete que de norte a sul, no estado, na economia, na moral, o país está desorganizado e pede-se conhaque!
Assim todas as consciências certificam a podridão; mas todos os temperamentos se dão bem na podridão!
Não quisemos ser cúmplices na indiferença universal. (…)
Que uma vez se ponha a galhofa ao serviço da justiça”

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